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Hora de acertar as contas...

 

      A Primeira Guerra termina, e leva consigo a vitalidade e o esplendor da Belle Epoqué. Nações praticamente falidas, dívidas internacionais imensas, números absurdos de mortes e ferimentos graves, cidades inteiras destruídas, ideais jogados à lama, crenças de prosperidade na evolução do mundo capitalista liberal abaladas na Europa, em palavras sucintas esse foi o saldo da guerra, exceto para a nação Estadunidense, mas isso é assunto para outra hora.

      O assunto agora é entre as nações envolvidas na guerra, como vimos no post que tratou sobre o desenrolar da Primeira Guerra devem ter sido várias as alterações que estão por vir. E de fato são, a publicação de planos, firmação de tratados e distribuição de culpa são por onde começaremos a entender o clima que o fim do grande conflito deixa. Antes mesmo do fim da guerra, o presidente norte americano Wilson apresentou um plano que prometia encerrar os conflitos e garantir paz para todas as nações, mas claramente sem deixar os interesses de seu país de lado. Dentre os pontos defendidos nos "14 Pontos de Wilson" destacam-se a abertura econômica de todas as nações, inexistência de vencedores e perdedores na guerra, e limitação dos arsenais militares.

      Também no final da guerra, a Alemanha assina um armistício que marcou sua desistência, e logo em sequência é culpada, pela Inglaterra e pela França, da ocorrência da guerra. Dessa atribuição de culpa podemos concluir dois pontos, um é o de que a Inglaterra pode ter se aproveitado da situação para tentar se livrar da competição que a Alemanha vinha travando com a Inglaterra no cenário econômico, e essa atribuição de culpa semeia no população alemã o revanchismo.

      Passando agora para o período que sucede o final da guerra, vamos abordar alguns tratados que foram assinados, o que nos ajudará a entender a situação da maioria das nações envolvidas.

Tratado de Versalhes foi um assinado entre a Inglaterra, França e Alemanha, que consistiu na devolução da Ausácia e Lorena para a França, desmilitarização alemã, e o pagamento desta de uma indenização para os vencedores, uma vez que foi considerada culpada. Então, além de tudo, a Alemanha perde muito dinheiro. Com todo esse fracasso, o Império alemão cai e o kaiser Guilherme II abdica após intensos movimentos populares por conta da situação devastadora. O Tratado de Saint Germain consistiu na dissolução do Império Austro-Húngaro, tendo seu território desmembrado. O Tratado de Sèvres assemelhou-se muito ao Tratado de Saint Germain, ou seja, previa o desmembramento do Império Otomano e dissolução desse. Nesse mesmo período é criada a Liga das Nações, por iniciativa dos Estados Unidos, com o objetivo de manter a paz e ajudar a solucionar conflitos internacionais.

      Disso tudo podemos concluir, acerca dos territórios, que muitos foram desmembrados (como os impérios Austro-Húngaro e Otomano), os que mantiveram sua organização política foram assolados pela guerra, e disso resultaram conflitos étnicos como a Questão Palestina. Sobre a economia verifica-se algo curioso, apesar das nações envolvidas na guerra estarem com suas economias praticamente mortas, endividadas e sem condições de reaquecer imediatamente seu mercado, os Estados Unidos tem como saldo da guerra a posição de maior potencial do mundo, assim como impulsão econômica tanto interna quanto externamente, o que é explicado simplesmente pelo fato de sua entrada tardia na guerra, seus empréstimos para as nações com quem se aliou, e o fato de a destruição econômica das potências europeias ter praticamente arremessado os Estados Unidos para a posição de maior potência, melhor economia e maior exportador. Acerca das ideologias, das ideias políticas e dos governos nós iremos conversar em um post futuro, já que o assunto será fundamental quando formos entender a Segunda Guerra Mundial.

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